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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

GUAIACA OU RASTRA? TIREM SUAS DÚVIDAS...





A Tradição Gaúcha Brasileira deve ser entendida como o rico acervo cultural regionalista herdado pelo Povo Gaúcho do Rio Grande do Sul, dos seus antepassados interioranos, e, também, como o ato de retransmissão às novas e futuras gerações desse Patrimônio Sociológico-tradicional. A Tradição Gaúcha Sul-rio-grandense contribui, portanto, para a afirmação da Identidade do Povo Sul-brasileiro. É natural, então, que em nome da preservação desta Tradição Regional Gaúcha Brasileira, tudo aquilo que não venha a ser considerado como nativo do Estado Garrão-sul do Brasil não seja, também, cultuado, cultivado, defendido, preservado e divulgado como se assim o fosse. É o caso da rastra, um tipo de cinturão do uso regional dos gauchos platinos. Essa peça da indumentária gaucha, de origem espanhola, que se diferencia do tirador argentino – o cinto de aproximadamente 15 centímetros de largura e sem enfeites -, possui, ao contrário deste, os adornos de metal, como as moedas, por exemplo, pregadas no seu corpo, e os detalhes metálicos, prateados, que formam o florão de sua parte frontal. Como é do conhecimento geral, esse não é o tradicional cinturão usado pelos gaúchos do Rio Grande do Sul, pois este sempre foi, é, e em honra à Tradição Gaúcha Sul-rio-grandense deverá continuar sendo a guaiaca, cujo nome se refere às bolsas que ela contém, para possibilitar o transporte do relógio, do revólver, dos avios de fumo e do dinheiro, dentre outros apetrechos pessoais. O uso indiscriminado da rastra por alguns gaúchos brasileiros, nos dias atuais, tem explicação. Com a derrocada econômica da Argentina, em um passado recente, quando parcela considerável de seu povo passou a viver praticamente do escambo, trocando mercadorias em praça pública, em virtude da escassez de moeda corrente, a solução encontrada pela indústria e pelas empresas argentinas foi direcionar o comércio dos seus produtos para a Região Sul do Brasil. É por isso que até hoje estamos a ver gaúchos brasileiros pilchados como se fossem autênticos argentinos, embora oriundos de regiões onde nunca antes aquele estilo platino de vestir foi praticado, nem por seus pais nem por seus avós nem por nenhum dos seus antepassados. Naturalmente que alguns gaúchos da faixa fronteiriça do Estado, em decorrência de fatores como a nacionalidade, a descendência e até mesmo a própria proximidade territorial, podem até fazer uso da rastra; mas este fato não a transforma em peça tradicional e de uso costumeiro de todo o Povo Gaúcho Sul-rio-grandense. A rastra, indubitavelmente, não faz parte da Tradição dos Gaúchos Campeiros do Estado do Rio Grande do Sul. Mas o certo é que alguns segmentos ganharam muito e continuam ganhando com a vinda desses e outros materiais daquele país vizinho. É natural, igualmente, que em tempos de economia globalizada a liberdade de comercializar e de consumir tais produtos é ampla e irrestrita, tanto para comerciantes como para consumidores. E, certamente, esse comércio continuará a ser estimulado e incentivado por mais algum tempo, especialmente pelo mercado mercosur e sua tentativa de nivelamento cultural sul-americano. No entanto, os Tradicionalistas Gaúchos Brasileiros, por um dever institucional de coerência cultural regionalista e de observância aos postulados filosóficos do MTG Brasileiro a que pertencem, evitarão valorizar o que é nativo de outras plagas em detrimento daquilo que é tradicional da sua própria região, da sua Terra, do seu Pago, de seu Torrão Natal. Assim, qualquer indivíduo, quando pilchado, poderá usar e continuar usando a rastra platina e até a cinta no lugar da guaiaca do Rio Grande; a boina colorida da Cataluña em vez da típica boina preta fronteiriça ou do genuino chapéu regional dos gaúchos sul-brasileiros, assim como as calças estreitas de alças no cós, os coletes texanos, os lenços estampados, virados, e as camisas pretas, vermelhas ou de outros coloridos fortes. O Tradicionalista Gaúcho Brasileiro, portanto, se assim quiser ser realmente considerado, certamente que continuará a valorizar os genuínos usos e costumes tradicionais do Rio Grande do Sul; a respeitar o Patrimônio Sociológico-tradicional do Povo Gaúcho Sul-rio-grandense; a prender a sua bombacha com a antiga e tradicional guaiaca herdada dos antepassados açorianos do Estado Garrão-sul-brasileiro; a usar o típico e regional cinturão com bolsas, pertencente à autêntica Pilcha dos Gaúchos Campeiros do Sul do Brasil!

Fonte do texto: http://www.bombachalarga.org/
Fonte das fotos guaicas: http://www.recantodogauchoquarai.com.br/cintos/cintos_tropeiros/index.html
Fonte das fotos Rastras platinas: http://images.google.com.br

3 comentários:

rodrigo chuck disse...

Já começou errado o texto. Não existe tradição gaucha brasileira. A tradição gaucha é apenas da republica riograndense. Não tem nada a ver com brasil...

Anônimo disse...

Tradição gaúcha, não seria brasileira, argentina e uruguaia?

Anônimo disse...

Tudo que refere-se a gaucho ou gaúcho é indumentaria da nossa cultura, isso todo o gaucho da Republica Riograndese sabe.